Olá! Tudo bem? Hoje vou falar sobre um assunto difícil, mas importantíssimo para empresas que buscam crescimento: conversas difíceis ou o famoso feedback.
Vejo muitos empresários buscando o crescimento da empresa, mas poucos buscando o crescimento das pessoas na empresa. O melhor caminho para desenvolver a empresa, é desenvolver as pessoas que lá estão. São as pessoas certas que irão fazer a empresa crescer. Muitos líderes simplesmente esperam que os funcionários consigam caminhar por si só, sem oferecer uma direção de crescimento. Perde-se assim uma grande oportunidade de alinhar os talentos existentes com as necessidades da empresa. Fazer esse alinhamento é fundamental para desenvolver os talentos que levarão sua empresa para outro patamar.
Acontece que nem sempre dar feedback é fácil. Dependendo da cultura da empresa e de como o feedback é dado, as consequências podem ser desastrosas. Mas não fornecer feedback, por sua vez, é certeza de derrota. A pergunta é: como encontrar o equilíbrio e fornecer bons feedbacks?
O exemplo vem do esporte
O esporte tem muito a nos ensinar. Não é à toa que grandes líderes do esporte costumam palestrar em empresas, ou até mesmo escrever livros que servem como referência para moldar o comportamento empresarial. Apenas para ilustrar, Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, foi tenista profissional. João Amoedo, o candidato a presidência do Brasil nas últimas eleições, com maior patrimônio declarado, já disputou 6 provas do ironman.
Pegando então um exemplo do esporte, gostaria de lhe convidar a refletir sobre o vídeo abaixo. Ele tem excelentes lições sobre como prover feedback de uma forma dura, mas objetiva. O vídeo mostra uma reunião entre o treinador da seleção francesa Didier Deschamps e seus jogadores após a vitória da seleção francesa sobre a Austrália por 2 x 1 na estreia da Copa do Mundo da Rússia. Lembre-se que, no final, a França foi a seleção campeã.
Espero que tenha refletido sobre o vídeo. Vou destacar aqui minha reflexão, com os 3 pontos mais interessantes desse vídeo.
1- Busca da excelência
Mesmo vencendo o jogo, Deschamps faz uma reunião dura. Ele sabia que aquele nível de atuação não levaria o time muito longe na competição. A lição que fica é não se acomodar com resultados moderados quando você sabe que seu time é capaz de muito mais. Bernardinho, renomado treinador da seleção de vôlei e multicampeão, a cada título que a seleção brasileira ganhava, o horário do treinamento era antecipado. Tudo para mostrar que o time não pode se acomodar.
2- Feedback com números
Deschamps dá feedbacks com números. Não adianta apenas dizer que o time não correu, ou que não se esforçou o suficiente. Ele mostra o quanto o time não se esforçou, quando diz que a seleção da Austrália percorreu ao todo 111 km enquanto a seleção francesa percorreu apenas 102 km. Ainda conclui: “É como se eles tivessem um jogador a mais em campo”. Com essa última frase, Deschamps tangibilizou as consequências de o time Francês não ter se esforçado o suficiente. Talvez os jogadores não entendam as implicações de correr 9 km a menos que o adversário, mas certamente todos os jogadores sabem como é duro jogar com um jogador a menos. Traduzir os números em feedbacks claros para o time é função do líder.
3- Assumindo a responsabilidade
Deschamps faz duras críticas ao time, mas a parte importante é que ele se inclui no time e também assume a responsabilidade. O líder deve se comprometer e jamais terceirizar a responsabilidade ou empurrá-la para seus liderados.
Você consegue se imaginar provendo feedbacks desse nível em sua empresa? Você tem um time preparado para receber críticas como essa e encará-la de forma construtiva?
Para isso é necessário que a empresa tenha uma cultura de time. Em muitas empresas ou departamentos, encontramos uma cultura de família ou cultura do coleguismo, onde erros são escondidos embaixo do tapete.
Mas isso é tema para um próximo post.
Espero que as dicas de hoje lhe ajudem a sair do operacional!
Ótimo artigo Eduardo, parabéns.
gostei muito! parabéns.