“Prepare-se para o pior.” Quem nunca ouviu essa frase? Diante de tanto pessimismo que assolou o país nos últimos anos (e muito meu Rio de Janeiro) essa foi uma das frases mais ditas por comentaristas econômicos, consultores, experts, etc. Talvez a dica que ninguém tenha dado ainda é: “Prepare-se para o melhor!”.
Por que se preparar para o melhor é tão importante?
Vou responder essa pergunta contando uma breve história. Em 2015 recebemos o primeiro investimento anjo da Mainô. Como meu background é técnico (sou formado em Ciência da Computação na UFRJ), acreditei que bastava contratar pessoas com perfil comercial para a empresa deslanchar. Não poderia estar mais enganado.
Depois de fracassar com alguns vendedores, cheguei a conclusão que eu mesmo deveria executar e aprender todos os processos da empresa, com o intuito de defini-los primeiro antes de contratar as pessoas. Engoli vários livros de vendas e estudei técnicas de negociação. Após aprender o processo, finalmente comecei a contratar as pessoas. Dessa vez acertei.
Num segundo momento, passei para o nível de gestão direta dessas pessoas, onde tive que deixar de lado meu perfil técnico e estudar sobre gente. Sim, estudar sobre gente. Para liderar um time, você precisa gostar de gente. E gente, meu amigo, nunca é igual. Sendo assim, comecei a estudar como selecionar pessoas, liderá-las, treiná-las, retê-las e por aí vai.
Num terceiro (e último) ato, foi necessário que eu saísse da gestão direta das equipes. Foi quando assumi formalmente o cargo de CEO da Mainô. A natureza do meu trabalho mudou mais uma vez. Minha missão agora é formar gestores e líderes (que são coisas diferentes), e fazer deles agentes replicadores da cultura da Mainô.
O que me chamou atenção é que eu nunca estava 100% preparado. Sempre que a natureza do meu trabalho mudava (porque a estratégia dava certo) eu precisava ter um novo ciclo de preparação.
Por exemplo, durante toda minha trajetória empreendedora, eu me preparei para liderar um time. Estudei sobre liderança e sobre gestão. Mas quando surgiu a necessidade de formar novos líderes, eu não ainda não estava preparado. Simplesmente não sabia como fazer, achava que dar o exemplo seria suficiente.
Bom, diante desse novo desafio, não fiquei parado. Um divisor de águas foi o programa Scalarator, ministrado pela Babson Entrepreneurship College, parte do ScaleUp Rio, patrocinado pelo SEBRAE. Nele pude entender que o principal papel do CEO é lutar pela cultura da empresa. E para lutar por essa cultura, antes de formar seu exército, é preciso formar seu primeiro escalão: as lideranças.
Faça frequentemente o exercício de pensar: “e se isso der certo, quais habilidades vou precisar diante desse novo cenário?”. Certamente isso encurtará seu caminho e fará de você um empreendedor mais preparado para os desafios empresariais.
Eduardo, aprendo consideravelmente c/ seus artigos. Poderia indicar as leituras que lhe ajudaram nessa jornada?